Direita VS. Esquerda

Este texto, produto de alguma reflexão e consulta acerca da temática da orientação partidária, já deveria ter sido “postado” anteriormente. Porém, com jornadas e câmaras à mistura, de pouco tempo dispus para atacar, com seriedade e rigor, tão interessante mas melindrosa questão. O produto está aí. Para ser lido e reflectido. E comentado. Claro. 

Um anterior post aqui colocado criou alguma confusão nalguma gente. Uns houve que duvidaram da necessidade de continuar a fazer a distinção entre esquerda e direita e, outros, deram conta da facilidade com que algumas posições, quer de uma, quer de outra ideologia, poderem ser adoptadas quer por uma, quer por outra.

Para muitos, hoje não faz sentido falar numa oposição entre a esquerda e a direita. A maioria aposta numa clara divisão do espectro político em dois grandes blocos: os totalitaristas, isto é, aqueles que defendem que o Estado deve ter todo o poder, de um dos lados; e, do outro, os anarquistas, ou seja, aqueles que defendem a inexistência de qualquer forma de governo. O “power to the people”, se quisermos.

Eu, por outro lado, acredito que cada vez faz mais sentido falar em oposição direita/esquerda. Cada vez se torna mais importante assumir diferenças em torno das mais diversas questões e discutir essas oposições. Porque a política, a verdadeira política, comporta sempre essa dimensão de debate entre pólos antagónicos que propõem diferentes visões de como a realidade deve ser interpretada e diferentes planos de acção. Cabe-nos a nós, enquanto indivíduos e cidadãos, escolher um caminho e segui-lo.

Não quero com isso dizer que acredito que uma pessoa não possa identificar-se à direita e, por qualquer motivo, concordar com algum ponto ou decisão da esquerda. Isso é, a meu ver, claramente possível. Porém, acredito que é de tamanha significância que as pessoas saibam qual a sua orientação, para se saberem guiar na bússola que representa a política moderna.

Para isso, é forçoso que os partidos assumam as suas posições e não manifestem crises de identidade. Os partidos não se podem dar ao luxo de ostentações esquizofrénicas. O eleitorado – e a democracia – precisa de partidos fortes. Partidos seguros.

Torna-se, então, importante definir aquilo que poderá ser visto como política de esquerda e aquilo que é de direita. Não me proponho a apresentar uma definição clara e absoluta. Apresento, isso sim, aquelas que para mim são as distinções mais óbvias entre as duas ideologias.

No que concerne à economia, quando falamos de políticas intervencionistas estamos, obviamente, na esfera de uma política de esquerda. É a direita que defende a política do mercado livre, o já famoso laissez-faire. A esquerda é também favorável a uma política de igualdade e redistribuição da riqueza e da receita, ao passo que a direita apresenta uma política de igualdade de oportunidade e de aceitação das diferenças e inequidades provocadas pelo próprio mercado livre.

Tradicionalmente, é a direita que é favorável à máxima “menos governo, mais governo”, isto é, uma política de redução da dimensão e interferência directa do estado na sociedade, nomeadamente no campo económico e não tanto nas instituições militares, policiais ou jurídicas. Por outro lado, a esquerda prefere um governo “maior” e mais intrometido na vida dos cidadãos.

A esquerda apela a uma igualdade social enquanto que a direita fala de uma responsabilidade individual. Ambas as ideologias são favoráveis à liberdade e igualdade, mas expressam-no de maneiras diferentes e sustentam-no de formas diferentes também.

Claramente, a direita apela à importância da tradição na nossa vida e da necessidade de haver alguma ordem nos comportamentos, ordem essa imposta pela história, pelos valores, pela religião e pala cultura já estabelecidos. A esquerda é muito mais dada à liberalização dos modos de vida dos indivíduos, desresponsabilizando-os da necessidade de respeitarem essa mesma tradição. Por isso mesmo, a esquerda é muito mais favorável à mudança enquanto que a direita apresenta-se muito mais conservadora nesse aspecto.

A ideia de mobilidade social é muito mais cara à esquerda do que á direita. A este respeito, a direita defende que apenas através do trabalho, da dedicação e do esforço será possível conseguir a ascensão social, ao passo que à esquerda se acredita que naturalmente essa ascensão ocorrerá, nem que o próprio Estado tenha de contribuir para ela.

A esquerda é também adepta de uma internacionalização da sociedade, das estruturas sociais, sendo que a direita defende o interesse doméstico sobre todos os outros. Nessa ordem de ideais, a esquerda prefere o apoio à autonomia cultural e económica das nações e, pelo contrário, a direita surge como favorável à globalização, à partilha dos recursos à escala – ideia também associada ao mercado livre.

É assim que eu distingo a esquerda e a direita nas matérias mais sensíveis. Volto a dizer que qualquer inclinação ideológica não significa que, sobre certos temas, não se possa assumir a posição contrária.

Portanto, hoje como sempre, faz sentido falar-se em oposição direita/esquerda. E, enquanto houver política teremos sempre de nos colocarmos de um dos lados. Ou à esquerda. Ou à direita. Agora, só temos de escolher. Esquerda. Direita.

PS: Pelo tamanho do post peço desculpa.


8 thoughts on “Direita VS. Esquerda

  1. «Uns houve que duvidaram da necessidade de continuar a fazer a distinção entre esquerda e direita, àqueles que davam conta da facilidade com que algumas posições, quer de uma, quer de outra ideologia, poderem ser adoptadas quer por uma, quer por outra»

    Eu não disse nem uma coisa nem outra. O que eu disse foi que o texto era generalista, fazendo uma declaração de intenções que mencionava fins em comum sem especificar os meios concretos – que são o que, na definição ideológica, mais importa.

    Mas o(s) comentário(s) era(m) também uma crítica velada à classificação proposta. Essencialmente porque a dicotomia esquerda-direita não dá uma panorâmica correcta do espectro político.

    Um minarquista, por exemplo, não pode ser classificado em nenhum desses dois pólos: é absolutamente liberal na económica (logo não pode ser de esquerda) e é completamente indiferente à regulação social pelo Estado (logo, não pode ser de direita – muito embora a questão da regulação social também possa ser enquadrada como uma questão de esquerda).

    E agora compara as semelhanças entre a extrema-esquerda e a extrema-direita. Qual é a curiosidade? É que, perfeitamente antagónicos na tal classificação esquerda-direita, acabam por se tocar em quase todos os domínios: políticas económicas estatizantes, controlo das instituições por via legal (como por exemplo – e sobretudo – as instituições académicas), censura, autoritarismo, etc.

    Em relação a uma classificação política, eu prefiro olhar o sistema como um triângulo cujos vértices são o conservadorismo, o socialismo e o liberalismo (liberalismo ‘europeu’, não o liberalismo ‘democrata’ dos EUA). Abarca todas as variantes possíveis e introduz mais um ‘eixo’ na classificação.

    Um dos problemas de optar pela velhinha dicotomia esquerda-direita é que não podes dizer que «no que concerne à economia, quando falamos de políticas intervencionistas estamos, obviamente, na esfera de uma política de esquerda. É a direita que defende a política do mercado livre, o já famoso laissez-faire». Não é verdade. Basta olhar para o programa do PNR para ver que têm tanto de liberais como o Jerónimo de Sousa. E um olhar breve a outros países europeus mostra como a classificação é falaciosa: a 3ª Via de Blair, conotada com a esquerda, é muito mais liberal na economia do que a ‘direita’ de Chirac.

    E, por último, deixo a questão: um liberal é de esquerda ou de direita?

    P.S.- Pelo tamanho da resposta também eu peço desculpa. Quanto mais não seja pelo custo de oportunidade: cada minuto a comentar é um minuto a menos a trabalhar para PRAV (got it? se chumbarmos, em última análise a culpa é tua 😉 )

  2. Em primeiro lugar, o primeiro parágrafo não era destinado exclusivamente a ti. foi todo um feedback que eu recebi após esse post que ultrapasou os teus comentários, assim como os do hugo.

    mas, já que falas nisso, deixa-me dizer que volto a refutar claramente a tua observação de que o “tal” post era “generalista, fazendo uma declaração de intenções que mencionava fins em comum sem especificar os meios concretos “. Num raciocínio simples levantei alguns dos aspectos mais interessantes daquela que é a “nova direita”, muito diferente da dos inícios e meados séc. XX.

    Dito isto, voltemo-nos para o agora. falas nos minarquistas. esta é, claramente, uma corrente política “especial” pois consegue abarcar exemplos de direita e esquerda. porém, não se afastam da dicotomia, apenas e incluem no seu raciocíno e modo de agir. explico. eles defendem que o estado deve proteger a propriedade privada (direita) mas exigem uma carga tributária mínima (esquerda) e distanciam-se do anarco-capitalismo. portanto, eles fizeram uma espécie de selecção entre aquilo que lhes interessava da esquerda e da direita. um “melting pot” político. mas, não deixam de funcionar segundo a mesma lógica de polarização do espectro político. simplesmente, jogam dos dois lados.

    aliás, as diferenças entre um minarquista e anarquista são, no fundo, teóricas pois ambos, na prática, apelam à redução do tamanho do Estado e da sua interferência na vida cívica.

    claro que os regimes totalitários se tocam nos seus extremos. aquilo que muda são as suas “missões” (diferença entre Hitler e Estaline não era os métodos, era a razão de ser desses métodos).

    mas, a minha inteção não é classificar regimes totalitários que se regem, apenas, sob a égide do proveito pessoal ou de um grupo de poder em particular.

    os teus “vértices” fazem parte da dicotomia que eu apresento. tanto a direita como a esquerda apresentam núcleos liberais, conservadores. tanto à esquerda, como à direita, tens indivíduos que não partilham uma determinada visão sobre algo. porém, será legítimo, por isso mesmo, argumentar que um liberal de direita está mais próximo de um conservador de esquerda? não. o liberal de direita é liberal na extensão daquilo que é o pensmento de direita sobre determinada matéria. o conservador de esquerda é, na mesma medida, conservador apenas na dimensão daquilo que é a posição conservadora de uma visão de esquerda.

    de forma muito hábil, trouxeste o socialismo à coacção. claro que não vou dizer que também se pode ser de direita e socialista. porém, aquilo que posso contestar é se hoje o socialismo existe como corrente – digo corrente e não doutrina – política actual? não estará completamente absorvido pela esquerda? mais, evidencia ainda a esquerda moderna alguns elementos de socialismo? não se poderá caracterizar a esquerda moderna como um socialismo moderado – muito moderado. caso contrário, tenta encontrar um regime socialista, puramente socialista, que não roçe o autoritarismo? Venezuela não vale, Cuba também não. Na Bolívia são minarquistas. Eu não vejo.

    a relação que fazes entre o PCP e o PNR poderia ser analisada à luz daquilo que falei em termos de partidos autoritários. ambos são totalitaristas, defendem a censura, controlo académico, etc, mas por motivos claramente diferentes – assim como a sua visão da geopolítica é diferente.

    Blair é da nova esquerda. moderada portanto. não se pode comparar a um outro líder trabalhista inglês, porque ele é o primeiro de uma nova tradição. assim como a 3ª via é uma perfeita política económica de direita. nem precisas de ira lá fora. o nosso “engenheiro” também tem, sobretudo, governado com uma política económica à direita.

    mais, no próprio post (se calhar não o leste todo… o tamanho assusta) eu próprio refiro que a dicotomia não é estática. é possível seres de esquerda mas, num ou outro ponto, não concordares com a visão doutrinária sugerida.

    um liberal tanto pode ser de esquerda como de direita. depende do assunto em discussão e da sua posição sobre certos assuntos. há liberais na esquerda e na direita em matéria tão diversas como a economia, direitos cívicos, saúde, ensino, etc.

    ps: o âp não nos deixa chumbar a prav. ah!, e a minha – resposta – é maior do que a tua 🙂

  3. A questão é simples, não precisa de grandes tergiversações.

    1. Dizer que o espectro político se pode classificar ao longo de uma linha Esquerda-Direita implica que as posições centrais (em relação a qualquer assunto) tendam a ser mais moderadas e as mais laterais sejam mais extremadas. Isso verifica-se? Não. Em relação à economia, por exemplo, extrema-esquerda e extrema-direita têm posições similares: controlo, controlo, controlo. E logo quando deviam ser ‘o mais afastadas possível’.

    2. O problema é maior quando aparecem casos como o dos liberais. Um liberal tem uma posição extremada em relação à economia: desregulação absoluta; mas no espectro político considerado (Esquerda-Direita) não há nenhum sector que contemple essa opção.

    3. Dizer que um liberal reúne características dos dois sectores é o mesmo que dizer que os cursos da UM podem todos ser classificados ao longo de uma linha cujos pontos extremos são ‘Ciências Duras’ (a última da fila seria talvez a física) e ‘Ciências muito moles’ (a última seria a sociologia). Haveria sempre cursos que não se enquadrariam, simplesmente porque a diferença entre eles e os contemplados na linha em causa é de natureza e não de género. A questão é que a linha ‘esquerda-direita’ não contempla suficientes variáveis explicativas, e por isso obriga a classificações completamente disparatadas, como classificar um minarquista como esquerda ou direita – não é nem um nem outro, nem uma simples mistura dos dois: é um género à parte.

    4. Embora admita que a proposta se adeque perfeitamente à realidade política portuguesa. A linha BE-PCP-PS-PSD-CDS tem um grau ascendente de liberdade económica e de conservadorismo. O CDS é mais conservador que os quatro anteriores, e o BE (vá lá, o BE e o PCP) são mais estatistas que qualquer um dos outros. Mas há uma razão simples: Portugal não tem tradição liberal. Aliás, não deixa de ser sintomático que o último partido liberal no nosso país tenha tido uma reorientação ideológica e hoje se chame… PNR. (Curiosamente, o único que ‘destrói’ a proposta de classificação: apresenta-se como extrema-direita e é conservador nos valores mas… estatista na economia).

    5. É por isso que a maioria dos testes de ideologia política enquadrem cada pessoa num sistema de 2 eixos, em vez do habitual eixo unidireccional esquerda-direita (exemplo: ).

    P.S.- Só mais duas achegas. Primeiro, para dizer que a ‘esquerda’ (trato por esquerda a chamada ala estatista) não defende impostos mais baixos. Até seria um paradoxo: defender investimento público elevado e um Estado grande ao mesmo tempo que se defende receitas baixas. Segundo, para dizer que a Bolívia do socialista Morales será tudo menos minarquista.

  4. também acho que a questão é muito simples.

    “as mais laterais sejam mais extremadas. Isso verifica-se? Não. ” Ora, a isto já eu tinha respondido no anterior comment. na prática, poderão ser similares. porém, tens de ter em conta dois aspectos. o 1º, que as causas que motivam essas acções são diferentes em ambos os casos – logo, não podem ser vistas como iguais; 2º, se atentarmos a um plano meramente ideológico e doutrinário, não podemos pôr no mesmo saco a extrema-direita e a extrema-esquerda.

    2- em relação a este ponto, deixa-me que te diga que acredito que a direita moderna é o ramo ideológico que contempla claramente a possibilidade de desregulação económica. é um facto.

    3-“en suite”, é para mim claro que o liberalismo não é uma corrente política “à parte”. os liberais só o são em contraponto com os não-liberais. isso significa que para se ser visto como liberal, temos de conseguir encontrar aqueles que o não são. por isso, durante tanto tempo se ligou o liberalismo à esquerda e o conservadorismo à direita. mas, as coisas mudaram e hoje é perfeitamente visível que cada corrente incorpora alas mais liberais e outras mais conservadoras. se quiseres, mais ou menos progressivas. em relação à minarquia, é um claro sub-género que vai beber inspiração política tanto à esquerda, como à direita, não se podendo assumir como via alternativa clara.

    ps1: aceito que não me tenho feito entender a esse respeito. a ideia que queria passar era que a defesa – ainda que limitada em certos casos – que a minarquia faz da validade dos impostos, aproxima-a mais da esquerda.

    ps2:aqui também não fui claro. a bolívia de que queria falar era da pré-morales.

  5. 1 e 2. Ok, vamos pressupor que a Direita «é o ramo ideológico que contempla claramente a possibilidade de desregulação económica». Como entendes a classificação política como uma linha esquerda-direita, terás de concordar que, quanto mais à Direita, mais desregulação económica haverá. O que não acontece. Extrema-Direita = forte regulação económica.

    3. Não estás a entender o problema. O problema é que ainda não classificaste a Direita e a Esquerda. Se dizes que a Direita é tipicamente conservadora, então um liberal não pode ser de Direita. Se dizes que a Esquerda é contra o mercado, então um liberal não pode ser de Esquerda. Dizer que um liberal é um mix esquerda-direita significa que ele não pode ser enquadrado nalgum ponto do continuum político. Mas volto ao desafio: um minarquista onde se encontra na faixa esquerda-direita? Recordo que nalgumas posições está na parte esquerda do gráfico, e noutras está na parte direita. Onde é que o colocas agora? Lembra-te que de, acordo com a tua classificação, qualquer tipo de ideologia pode ser enquadrado segundo o gráfico esquerda-direita.

  6. 1- é perfeitamente possível entender ” classificação política como uma linha esquerda-direita” sem ser forçado a admitir que a extrema-direita tem de operar a desregulação económica. como também já disse, as extremas, quer a esquerda, quer a direita, não se enquadram neste perfil excatamente porque, mais do que um programa político, pretendem “vender” uma ideologia totalitária que nos impede de os integrar neste esquema ideológico. nenhuma pessoa de boa-fé enquadraria o pnr como um partido de manifestação de direita. antes um partido totalitário.
    quando se fala na linha esquerda direita, pressupõe-se que estamos a falar de partidos que aceitem o estado democrático como tal. um estado pluralista. um estado laico. ora, os totalitários não se enquadram neste perfil. logo, não faz sentido falar no seu enquadramento no debate em torno desta temática.

    2;3 – em relação ao liberalismo, também creio que já dei a minha opinião. o liberalismo não corresponde, a meu ver, a uma posição ideológica concreta. tem mais a ver com uma maneira de estar e entender a política, de um ou outro lado da “barricada”.
    volto a responder ao teu repto. um minarquista é, talvez como o nome indica, uma espécie de anarquista moderado. como qualquer anarquista, encontra-se mais perto da esquerda do que da direita em alguns aspectos, menos na economia e intervenção estatal na sociedade. aí aproxima-se da direita. não querendo “reduzir” o minarquismo, seguindo o meu raciocínio sou forçado a concluir que não se trata de um género político “per si”, mas antes de um sub-género com aplicações em realidades muito concretas e próprias que não poderia ser extrapolado para a realidade ocidental.
    porém, nem é este último ponto que está em discussão.
    sendo um género mais associado com posições extremadas, umas de uma lado, outras pelo outro, penso que já podes concluir onde eu incluo o minarquismo na dita “linha”.

  7. 1. Por isso é que a classificação não serve. Tem de ser a classificação a ajustar-se às entidades a classificar, não o contrário. Os antigos quadros taxonómicos previam a existência de dois reinos: reino animal e vegetal. Hoje há cinco: monera, protista, fungos, animais e vegetais. Quando se descobriu espécimes que não se enquadravam em nenhuma das categorias, a solução foi reformular o quadro de classificação, não excluir as espécimes ‘problemáticas’, dizendo que ‘escapam à classificação’ (exactamente porque não são ‘classificáveis no quadro anterior é que este de ser reformulado).

    2 e 3. A mesma coisa. Um liberal é de esquerda ou de direita? Se não é de um nem de outro, então proposta de classificação esquerda-direita não é boa – simplesmente porque não permite classificar todos os géneros políticos. Uma classificação tem de abranger todas as possibilidades – especialmente as problemáticas.

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